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Câncer de tireoide: O que o paciente precisa saber sobre

Como ocorre?

O câncer da tireoide mais frequente é o carcinoma papilar (papilífero), que representa em torno de 90% dos tumores malignos dessa glândula. Tem uma incidência e uma frequência baixa. Acomete as mulheres em maior número do que os homens, na proporção que varia na literatura de 3 a 9 mulheres para um homem.
Representa de 1% a 5% de todos os tumores malignos na mulher. No Brasil, é o quinto câncer mais frequente na mulher e representa 2,9% dos tumores malignos no sexo feminino.
Na maioria das vezes o crescimento é lento . Após o tratamento inicial adequado o paciente tem uma cura e sobrevida maior do que 90%, chegando a 96% na maioria dos casos.

Como se dá o diagnóstico?

O diagnóstico geralmente é realizado através do ultrassom (US) e confirmado pela punção aspirativa por agulha fina (paaf – “paf”). Geralmente, esses exames são solicitados pela especialidades de Cirurgia de Cabeça e Pescoço, Endocrinologia, Cardiologia (ao realizar US de carótidas), Ginecologia (em exames de prevenção da saúde da mulher), e, mais recentemete, pela Mastologia. Relevante ressaltar que existe uma relação de 8 a 9 vezes de câncer da mama com o câncer da tireoide e vice-versa.

Qual o tratamento?

Atualmente, o tratamento de eleição do câncer da tireoide é a cirurgia. Existem diversos procedimentos e técnicas aceitáveis na literatura recente, desde a observação de tumores menores do que 1,0 cm, passando pela tireoidectomia parcial, tireoidectomia total, tireoidectomia total com esvaziamento central de tratamento quando já há linfonodos (gânglios linfáticos) comprometidos por metástase, tireoidectomia total ou parcial com esvaziamento cervical central profilático do compartimento central do lado do tumor. Esses procedimentos devem ser discutidos com o médico do paciente, seja Cirurgião de Cabeça e Pescoço, e/ou com a endocrinologia, e/ou com a oncologia e, claro, com a participação ativa do paciente. Cada caso é um caso específico e o paciente é único. O tratamento deve ser bem selecionado, bem discutido e específico para cada paciente . Um caso similar de familiares, de parentes ou amigos não deve ser comparado.

Quais as principais complicações da cirurgia?

  • Rouquidão temporária, que pode chegar a 20%, ou rouquidão definitiva, que, de acordo com a literatura, ocorre entre 1% a 7%. O Cirurgião de Cabeça e Pescoço toma todos os cuidados para que isso não ocorra. A paralisia da corda vocal afetada pode voltar em até um ano.
  • Hipopartireoidismo temporário, que é a diminuição da atividade das glândulas paratireoides. Dessa forma, a absorção de cálcio dimiui. Pode atingir temporariamente 20% a 40% dos pacientes, e de forma definitiva entre 1% e 7%. A recuperação total da paratireoide pode se dar em até um ano, em alguns casos podendo chegar a dois anos.

Quando se faz a iodoterapia?

A iodoterapia pode ser indicada ou não. Cada paciente é uma situação ímpar que deve ser discutida com o seu médico.

Como se faz o seguimento depois da cirurgia?

O seguimento de rotina se faz entre seis meses a um ano depois da cirurgia ou da iodoterapia (se realizar a iodoterapia), com a dosagem sanguínea de tireoglobulina, anticorpo anti-tireoglobulina, TSH, T4 livre e ultrassom do pescoço.

Depois de operado o tumor pode voltar?

Sim, chama-se recidiva. Ocorre entre 1% a 3% em um período de 3 a 5 anos e entre 8% a 20% em um período de 10 anos. Pode ser no leito da tireoide ou nas cadeias linfáticas póstero-lateral do pescoço (gânglios). A recidiva é diagnosticada através dos exames acima durante o seguimento. Portanto, o seguimento deve durar por, no mínimo, 10 anos.


Mais informações?
Acesse o artigo científico escrito/publicado pelo Dr Cláudio:

Artigo – Abordagem cirúrgica do câncer bem diferenciado da tireóide

23 de agosto de 2020 Tratamentos ,
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